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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aprendeu o Funk


Após passar a semana chorando por ter tido os documentos roubados em uma loja do Rio Sul, shopping na Zona Sul do Rio de Janeiro, e ser impedida de voltar para o seu país de origem, a africana Hadijatou Aboubacar, que fazia parte da delegação do Níger na Conferência das Nações Unidas – a Rio+20, colocou um sorriso no rosto e começou a “curtir” os costumes brasileiros. Com um esmalte cor de rosa para combinar com o vestido, Hadijatou contou que já aprendeu a dançar funk com sua mais nova amiga: a professora Élida Hederick, que abrigou a estrangeira em sua casa, na Penha.
“Eu ainda sou envergonhada, mas ela está me ensinando muitas coisas. Gosto de dançar, mas não conhecida esse ritmo, o funk. Agora eu já sei alguns passos e quero aprender mais. Só que ainda não consigo ir até embaixo”, contou a africana, que é funcionária do Ministério da Educação do Níger e professora de inglês.
Hadjatou relatou nesta segunda-feira (2) aoG1 que, além da dança, outro costume brasileiro também a agradou: pintar as unhas. “Essa é a primeira vez na vida que eu pintei a unha, na verdade, foi a Élida que pintou. Eu sempre fui vaidosa, mas nunca tinha passado um esmalte. Ela fez a unha dela e pintou a minha igual. Ficou muito bonito, pretendo deixar do jeito que está”, disse a africana, que acrescentou ainda que acha as roupas das cariocas bonitas, mas que elas cobrem pouco o corpo.
“É engraçado vocês com tudo de fora, braço, perna, barriga. E os homens também, eles andam sem blusa na rua. Lá no meu país não pode. Mas aqui é diferente, é estranho, mas é bonito”, disse.
Troca de e-mail com a filha
Mesmo um pouco mais calma, a estrangeira ainda chora quando lembra do casamento da filha de 26 anos, que está marcado para o dia 14. “Tá tudo preparado, mas na minha cultura a mãe da noiva tem que dar o retoque final dois antes do matrimônio e eu não estou lá. Por favor, eu preciso muito voltar, minha filha precisa de mim”, lembrou muito emocionada Hadijatou, que também é mãe de mais uma menina e três meninos.
Para matar um pouco da saudade e saber como andam os preparativos para o casório, a africana troca diariamente e-mail com a filha pelo tablet. “Ela é muito carinhosa comigo, diz que estão todos com saudade e espera que eu volte logo. Eu confesso que estou com medo que mesmo com o passaporte, a companhia aérea não deixe eu embarcar, mas confio e vai dar tudo certo”, completou.
A estrangeira disse também que o dinheiro que estava na bolsa que furtaram era para comprar um presente de casamento para a filha: “Queria comprar uma roupa de cama, mas me levaram tudo, cartão de crédito, passaporte e outros documentos também”.
Orações e muita fé
Hadijatou, que é muçulmana, contou também que faz cinco orações por dia e pede para que tudo seja resolvido o mais rápido possível: “Eu ganhei uma nova família. É fantástico. Agradeço em todas as orações o que a Élida e as amigas e família dela estão fazendo por mim. Um dia quero voltar ao Rio e conhecer vários lugares com elas, mas de forma mais calma e feliz. De preferência, com meus filhos”, conclui.
De acordo com o RJTV, a angústia de Hadijatou pode estar chegando ao fim. Nesta terça-feira (2) é o prazo final para a chegada do documento original que a africana precisa apresentar na Itália para seguir viagem até o Níger. E ela, cheia de esperança, até remarcou a passagem para as 14h45 desta terça.
fonte: G1

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