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terça-feira, 17 de abril de 2012

Só no passinho

Cada vez mais conhecido em todo o País graças à propagação na Internet, o passinho ganha um site dedicado ao assunto (www.batalhadopassinho.com), lançado domingo com uma batalha na Vila Olímpica da Gamboa.
“Todas as nossas ações vão ser mediadas pelo site”, explica o escritor Julio Ludemir, criador da batalha ao lado do músico e produtor cultural Rafael Soares, o Nike. “É importante porque os meninos (que dançam) dominam muito a Internet”, explica ele.



A primeira delas vai ser a seletiva de competidores através da Internet. “Os 32 meninos que conseguirem ‘viralizar’ mais seu vídeo vão concorrer em uma batalha no dia 1º de maio na Quadra do Morro do Salgueiro, quando serão escolhidos os 16 que vãoparticipar da ação no ‘Viradão Carioca’ (que acontece de 4 a 6 de maio)”, adianta Julio. Entre os próximos projetos, estão a realização de batalhas em todas as comunidades com UPP e um giro na Baixada.
A crescente popularidade da modalidade de dança não se restringe aos participantes, ou mesmo à população das comunidades. “Ano passado, fui jurado de uma batalha e resolvi fazer um curta sobre o passinho. Fiz um ‘teaser’ três dias depois e muita gente ficou sensibilizada, querendo ajudar”, conta o cineasta Emílio Domingos. O curta se transformou no longa-metragem ‘A Batalha do Passinho’, que deve ser finalizado até junho.
“As pessoas têm a mania de criminalizar o funk, mas é uma cultura que gera novos artistas e é tratada no exterior como identidade brasileira. No passinho, eles querem furar esse preconceito, porque todo mundo se interessa por dança. Mesmo quem não gosta de funk recebe os meninos de maneira diferente”, opina Emílio. “Neste momento em que está se falando da anexação da cidade informal à cidade formal, o passinho está acenando uma bandeira branca. Ele mostra a cidade informal se desvinculando do crime”, defende Julio.
UM BAQUE E MUITAS HOMENAGENS
Considerado o precursor do movimento, o vídeo do ‘Passinho Foda’ foi postado no YouTube em 2008 e hoje tem 4 milhões de exibições.
“Eles iam aos bailes e viravam referência. E aí contagiaram garotos que também dançavam aquela dança e acreditavam que podiam fazer melhor. Vários meninos começaram a se filmar com o celular e botar na Internet”, descreve Emílio Domingos.
Além de ter se propagado através da Internet, o passinho tem como outra característica básica reunir diversos gêneros. “Eles assimilam muitas danças. É funk, break, capoeira, frevo, kuduro, em um minuto você vai ver vários estilos apresentados por um garoto, numa sequência muito lógica de movimento”, conta o cineasta e antropólogo. “Numa batalha, projetei imagens dos sambistas dos anos 60 e os movimentos eram muito similares aos dos dançarinos do passinho. Acho que eles herdaram isso da família”, acredita Emílio, que diz ter visto “meninos de 3 anos até senhoras de 50 anos na batalha”.
No dia 1º de janeiro, o movimento (e o filme) sofreram um enorme baque: o assassinato de Gualter Damasceno Rocha, o Gambá, 22 anos, ao sair de um baile funk, até hoje sem solução. “Ele tinha um estilo próprio que se destacava”, diz. “Só em homenagem a ele, existem mais de cem vídeos de outros meninos”.
fonte: O DIA

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